quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O meu namorado



15 de Fevereiro

Querida Luísa apressada,
Tu não sabes, mas na verdade a hipótese de tu vires um dia a existir começou no “longínquo” ano de 2002.  

Embora ele não se lembre (aprende que a memória dos homens é uma coisa estranha, muito seletiva…) naquela noite de Verão, quando vi o teu pai pela primeira vez eu soube que ele era o TAL. Ele não, mas eu soube.
Havias de o ver com cabelo aos caracóis (o que eu ainda hoje me rio a ver as fotos dessa altura) e aquele ar calmo, que ainda hoje conserva, acompanhado pelos amigos barulhentos e as suas piadolas.

Quis o destino que a mãe fosse estudar para a escola do pai e o resto já deves imaginar. Girl meets boy, girl conquers boy!
Os anos foram passando cheios de coisas boas, partilhas, aventuras e um amor crescente. Também tivemos momentos maus, mas como nas histórias da Disney, no final o príncipe chegou e salvou a princesa.

Nem a mãe nem o pai são de grandes celebrações e mariquices no Dia dos Namorados, mas ontem ver-me ali deitada naquela cama a ser bombardeada com corações e frases feitas quer pela televisão, publicidade nas revistas ou redes sociais não me estava a tornar o dia fácil.

Quando vi o teu pai entrar no quarto com um ramo de flores e oferecer-me um porta-retratos com a única foto com ele em que estou grávida não deu para conter as lágrimas. Tínhamos tirado aquela foto dois dias antes do internamento, em jeito de premonição, e aquela será a imagem mais importante de toda a minha gravidez. Estamos lá os três.

O teu pai sempre foi um homem de pequenos gestos, mas com significado, e é por isso que eu gosto dele. Daqui a umas (muitas) semanas seremos as duas mulheres da vida dele e vais ver como é boa a vida assim.

2 comentários: