sexta-feira, 22 de abril de 2016

Um ano de Apressada



22 de Abril



Já que este blog é um diário de nós as duas não podia deixar em branco o teu primeiro aniversário, ainda que já seja um texto no rescaldo, ou seja, um dia depois.
Foi um ano cheio, muito cheio. Tão cheio que podia dizer que tivemos doses industriais de tudo: de sustos, de preocupações, de medos, mas também de muitas alegrias, mimos e imensas conquistas.

Ser mãe não é fácil. Mesmo. É o meu trabalho mais difícil e ainda não o domino a 100%. Talvez nunca o vá dominar e todos os dias aprenda algo. Não há mães perfeitas. Há só mães. E também não há filhos perfeitos. Há filhos que uns dias são uns doces e noutros dias são birrentos e testam a nossa paciência.

Mesmo assim e sabendo que agora tenho muitos mais dias difíceis do que tinha antes, ando muito mais cansada do que antes e tenho muito mais preocupações não trocava esta vidinha por nada.

Um filho é uma extensão de nós mesmos, é uma espécie de desdobramento da nossa pessoa e por muito que eles sejam diferentes dos pais há sempre ali dentro um pedaço de nós, uma chama sempre a arder.

Adoro todos os momentos que podemos passar juntas e é bem verdade que nos dias mais cinzentos ouvir-te a palrar ou ver-te a gatinhar a casa toda - mesmo deixando um rasto de “destruição” por onde passas – são um privilégio e um bálsamo para a vida.

Um filho é mesmo isso, a nossa vida fora do nosso corpo.

Tu és a minha vida. Parabéns meu amor pequenino!


Uma caixa surpresa
P.S. As melhores prendas do mundo o dinheiro não consegue comprar. Essas prendas são aquelas que nos saem das mãos e são feitas com a alma. E como eu fico orgulhosa de ter uma afilhada que ainda nem 10 anos tem e que pensa e se dedica aos outros como muitos adultos não o sabem – nem nunca saberão – fazer. Obrigada Nonó pelo presente para a Luisinha! És uma menina muito especial.



sábado, 16 de abril de 2016

Provar o mundo com a boca



16 de Abril

Já perdi a conta a quantas vezes já disse: “Boca nãooooo!!”. É simplesmente a frase mais repetida por mim, todo o santo dia.
Com dentes a nascer desde os quatro meses, cedo a Luísa começou a morder este mundo e o outro na ânsia de se aliviar destes malditos pedacinhos brancos que teimam em romper as gengivas e dar muita comichão (para não falar de outras reações “giras”, tipo febres, tosses, etc).

E pensam vocês, ora aí está uma boa oportunidade para lhe dar aqueles brinquedos feitos exclusivamente para aliviar essas comichões. E respondo eu, pois era, mas cá em casa existem uns quatro desses brinquedos e a rapariga em poucos segundos se farta e os manda ao chão. Demasiado moles… E o que gosta ela de morder em alternativa? Tudo o que de rijo lhe vier à mão. Colheres de sobremesa, tupperwares, fivelas dos sapatos (se me distraio 3 segundos), pentes, bisnagas de cremes, botões, comandos da televisão e as partes em plástico dos cintos do ovo e da cadeira de refeições.

Por este andar qualquer dia descobre que a madeira da mobília da sala é boa para roer e desata a deixar marcas por todo o lado.
Ainda hoje nas compras conseguiu morder uma caixa de chicletes que o pai lhe deu para a mão porque fazia barulho e ainda tentou roer o carrinho das compras, que eu antes de a pôr lá sentada tinha limpo com álcool. (Sim, fui de compressas e álcool em punho e era ver-me a esfregar o carrinho no parque de estacionamento).

Não sei quando é que isto vai parar, mas atrevo-me a dizer que a minha filha descobre o mundo simplesmente provando-o. Começo a achar que ela identifica as coisas pelo seu sabor. Sim, porque lamber vidros ou espelhos também é coisa que gosta bastante de fazer.

Com tanta “degustação” juro que ainda estou para descobrir como é que ainda só apanhou uma virose. Têm de ser muito resistentes, os bebés.
Enquanto isso resta-me continuar a repetir “Nãooo!” e “Para a boca nãooo!”, mas com a certeza de que ela tomou o gosto ao mundo e agora não há forma de contornar a coisa. Vai continuar a descobri-lo com a ajuda da boca.


Pena é que agora faça fitas para “descobrir” a sopa… quiçá ela ache que a sopa não tem o sal do mundo.