16 de Fevereiro
A palavra contração é, neste momento, o pior dos meus pesadelos. E a
noite de domingo para segunda-feira foi fértil em reproduções desta palavra
terrível.
Por volta das 01:30 comecei a sentir os meus músculos a contrair, a
minha barriga a inchar e o pânico a instalar-se. Foram-se sucedendo umas atrás
das outras, mandaram-me o sono dar uma volta e fiquei ali “agarrada” à barriga
na esperança de que passassem rápido.
No quarto não era a única a estar acordada. A L., que entretanto tinha
chegado na sexta-feira, também se debatia com dores e uma constipação forte.
Assim, ao menos senti que não estava sozinha na minha luta.
As contrações iam e vinham e eu até já fazia uma das respirações que
as minhas colegas de quarto me tinham ensinado, na esperança de que dessa forma
os movimentos fossem diminuindo. Ia vigiando qualquer possível fuga de líquido
amniótico e contando as horas para que chegasse rápido a manhã. Foi a minha
segunda pior noite no Hospital. Depois de uns dias mais estáveis senti outra
vez o medo da minha Luísa apressada querer sair.
Às 07:00 quando a enfermeira entrou para nos tirar a temperatura e me
perguntou se estava bem e lhe contei a minha noite ouvi um sermão. Basicamente,
mesmo sendo as contrações indolores, mas devido à sua frequência e intensidade deveria
ter chamado a enfermeira. Ficou acordado que qualquer novo episódio teria de as
chamar e a certeza de que dentro de duas horas ia “levar novamente nas orelhas”,
mas desta vez pelas médicas.
Felizmente a seguir à tempestade costuma vir a bonança e o resto do
dia foi mais calmo.
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