sábado, 28 de março de 2015

Já vejo o Hospital pela janela



28 de Março

O-M-G! Tive alta! Já estamos em casa e mais cedo do que previa.
(Primo P. agora é a parte em que em vez de ires matar a tua mãe – minha madrinha – do coração a dizer-lhe que já tive a Luísa continuas a ler o texto até ao fim, ok? Estes cachopos…esquecem-se que já fui jornalista e ficam alarmados só com os títulos e as entradas dos textos.)
Não sei se alguma das médicas leu o meu post ou se foram as estrelas que se alinharam, mas a verdade é que na sexta-feira deram-me alta. Assim, duas semanas mais cedo do que estava previsto pude fazer as malas e vir até casa. E as saudades que eu tinha!! Está um bocado desarrumada e tal (eu perdoo-te J.), mas é a minha casa e sabe muito bem estar aqui.

Ontem antes de me darem a “liberdade condicional” fui fazer uma ecografia para ver como estava a Luísa. Resumindo, os fluídos estão bons, cresce a bom ritmo, engorda como uma pequenina lontra (ela e eu!). Apesar da alta, vou ter de permanecer de repouso por mais três semanas. A médica quer que eu faça mais um esforço até às 35 em vez das 34 inicialmente faladas. Mas pronto, depois de 24 dias de internamento, acrescentando mais sete dias da primeira estadia no Hospital e duas semanas em casa o que são mais três semanas? Peanuts! Na verdade sei que não vão ser peanuts, mas deixem-me aproveitar estes primeiros dias de euforia. Vou voltar a ter babysitter e a ser bombardeada pelas visitas com o “não faças nada” ou “não te levantes” e com o meu belo feito a euforia logo, logo vai passar.

Ficou também acordado com a Dr.ª A. que só voltava a entrar naquele Hospital lá para as 37 semanas, o que a mim me parece um acordo muito vantajoso. Eu vou fazer por cumpri-lo, mas vamos a ver se a Luísa colabora. De qualquer das formas, mais ou menos, de 15 em 15 dias vou ter de ir ao Hospital para verem como evolui a texuguinha e assim também vamos tendo uma melhor noção se a coisa se vai aguentar mais semanas ou nem por isso.

Em sentido oposto à minha calma e alegria está o pânico do J. Sempre que tenho alta ele fica em desespero, capaz de pedir ao Hospital que me mantenha ali. Juro! Eu compreendo que para este pai de primeira viagem não seja fácil lidar com estas coisas e sentir-se impotente face a alguns acontecimentos em que os pais acabam por ser meros espetadores. Desta vez quase que me chateei quando ele não fez uma cara feliz por eu ter alta. Lá deve ter visto o meu sobrolho franzido e perguntou quais eram então os sinais de alarme que tínhamos de ter atenção. Lá lhe recapitulei tudo (perda de líquido amniótico, sangramento, contrações frequentes com dores, etc.) e acho que ele ficou mais calmo.

Apesar de todos os cuidados ainda a ter, estou muito feliz por já estar a ver o Hospital da minha janela de casa em vez de estar eu a espreitar por aquelas janelas.

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