sexta-feira, 29 de maio de 2015

O trabalho mais difícil do mundo



29 de Maio

Por estes dias é impossível não pensar no anúncio que a Procter & Gamble fez em homenagem às mães por altura das Olimpíadas de Londres. Agora sim, sinto na pele o que é o trabalho mais difícil do mundo.

(E como trabalho mais difícil do mundo, neste momento, ouvi a Luísa a fazer um cocó enorme e mal cheiroso e lá vou eu ter de interromper a escrita. Volto já.)

Onde íamos nós? Ah, nisto da maternidade ser o trabalho mais difícil do mundo. Nunca nenhum dos trabalhos que já tive até hoje me obrigou a levantar de três em três horas durante a noite e a descansar o mínimo dos mínimos. É certo que toda a gente fez diretas na Faculdade, mas se fosse preciso no dia seguinte matava-se uma aula ou assistia-se à classe com um olho aberto e outro fechado. Maravilhas da juventude.
Agora há uma vida que depende de mim e não é possível na manhã seguinte ficar a dormir, até porque na manhã seguinte a minha Apressada vai continuar a precisar de comer. Por isso ser mãe é não ter desculpas para fazer alguma coisa.

Nunca corri tanto para médicos e Hospital como agora. Só na próxima semana são quatro consultas e o problema nem é a quantidade é que meu prédio não é lá muito baby friendly e sair sozinha com o carrinho e a bebé é coisa para me pôr a transpirar em cinco minutos e ficar com as costas num oito (elas já nem eram muito boas…). Sinto tanta falta dos meus medicamentos para as costas, mas a amamentar nem pensar! Claro que volta e meia peço ajuda ao meu pai para me vir auxiliar e assim o J. não ter de faltar ao trabalho. Mas sair com um bebé à rua é coisa com muito protocolo. São toneladas de tralha para levar e uma pessoa vai para a rua sempre a pensar que certamente deixou alguma coisa importante para trás. Ser mãe é ter uma resistência física de atleta de alta competição e memória de elefante para não deixar nada para trás.

(Agora começou a chorar… espero que não seja fralda suja outra vez.)

São as malditas cólicas. Consegue estar horas a chorar com dores. Coitadinha!
Por este andar nem em 2020 termino este post. É verdade que não sou blogger profissional, isto não é a minha vida, embora tenha feito parte dela nos últimos tempos, mas não sei como é que as bloggers profissionais continuam a ter tempo para fazer imensos posts e ir a eventos com os filhos recém-nascidos. E conheço imensas. É que eu não tenho, pelo menos nesta fase não consigo. Sempre que penso que vou ter uma hora de descanso para mim, os planos saem-me ao lado. O J. está sempre a dizer-me para descansar de tarde. Pois sim, como se fosse possível. Para além das cólicas, há ainda as visitas, depois há que tratar das roupas e da casa quando dá e no meio disto tudo a palavra descansar não encaixa.
E em relação à vida social a verdade é que sair de casa me faz bem, mas se for um evento à noite o mais certo é há hora de sair de casa eu já estar exausta e só pensar na minha cama, nem que seja por uma só hora. Ser mãe é ter tempo para todo o resto e quase nenhum para nós.

Basicamente ser mãe é ser super mulher sem a capa. Pelo menos eu gosto de me imaginar assim.

(Outra vez a chorar com cólicas. Demorei três horas a conseguir finalizar este texto. Mas já está. Ufa! Já vou Luísa.)


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