quinta-feira, 30 de julho de 2015

Abençoados três meses!



30 de Julho

Não sei que magia acontece, mas a verdade é que desde que a Luísa fez os três meses finalmente existe um pouco de paz cá em casa. A palavra silêncio passou a ter significado e existência.
Os dias em que ela começava a chorar às 10h e terminava à meia noite deixaram de existir e finalmente estou a usufruir da minha licença de maternidade.

De facto, os bebés são seres mágicos, só pode! Como é que quase de um dia para o outro acontece tal transformação? Dizem os médicos que tem a ver com a maturação do sistema digestivo. Os bebés com cólicas são aqueles cujo sistema ainda é muito imaturo e daí os dias de choro e noites mal dormidas, mães desesperadas e pais angustiados.

Por outro lado, segundo o Dr. Harvey Karp, cujo livro «O bebé mais feliz do mundo» andei a ler, estes bebés com cólicas são apenas recém nascidos com saudades da barriga da mãe e que durante mais um trimestre após o nascimento procuram ou só são acalmados com estímulos que imitem a vida no útero. Só dessa forma estes bebés conseguem chegar ao reflexo calmante, que é um reflexo que ajuda os bebés a suportarem as dores das cólicas, o novo ambiente em que vivem e a ficarem calmos. Confesso que embora não tenha conseguido dominar a técnica dos cinco passos que o Dr. Harvey Karp no seu livro ensina, aprendi muitos truques com ele e alguns ajudavam-me mesmo a acalmar a Luísa.
Para mim foi sobretudo útil aprender a usar os barulhos brancos a meu favor – som do aspirador, secador, carro em andamento ou simplesmente o “xiu” que fazemos quando queremos calar alguém – e a segurar muito bem a minha Apressada, sobretudo os braços (porque nunca a consegui embrulhar bem na manta de forma a que não se soltasse como o livro ensina), pois ela com as cólicas agitava-se imenso e isso fazia com que ainda ficasse mais descontrolada. Também usei muitas vezes o embalo vigoroso e a chupeta tornou-se uma forte aliada. Com o tempo já ia conseguindo fazer vários dos passos ao mesmo tempo, mas como faltava o principal – que é embrulhá-los – nunca consegui acalmar a Luísa em alguns minutos e pô-la a dormir mais tempo, que supostamente é a função desta técnica.

Mas acho que valeu a pena a leitura. Fiquei a conhecer um outro lado da vida dos recém nascidos que nunca ninguém me tinha falado, como entender o reflexo de Moro ou não ter medo de pegar ao colo os nossos bebés sempre que choram, pois nestes primeiros meses ainda não acontece a habituação ao colo e os nossos pequeninos com cólicas bem precisam dele.

Depois com o tempo também fui conhecendo a minha filha e começamos a tentar implementar rotinas cá em casa. Mas a verdade é que as rotinas só começaram mesmo a fazer efeito, quando ela deixou de ter cólicas…

Agora a nossa vida mudou. Já conseguimos estar os dois um bocado sentados ao mesmo tempo no sofá à noite e durante o dia já começo a conseguir fazer coisas cá em casa, pois ela já vai dormindo uma horita ou outra entre as mamadas.

Por isso, mamãs com bebés sem cólicas são umas mamãs felizes. Aproveitem bem e lembrem-se sempre das desgraçadas que têm bebés com cólicas e que em três meses quase ficaram surdas (dos gritos), zombies (das noites mal dormidas e dias em contínuo alerta) e perto de uma depressão pós-parto. Eu passei uma fase muito negra, posso confessar. Mesmo muito negra.

Agora espero usufruir do tempo que me resta de licença da melhor forma. Caramba, também mereço! A Luísa gosta muito de passear e não é nada esquisita a ambientes com barulho, já interage mais connosco e vai ensaiando um palrar que faz as delícias cá em casa. Depois é vê-la nas maluquices com o pai, que só faz as brincadeiras que ela gosta. É uma menina do papá.

E abençoados três meses!

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