11 de Março
Aqui no paraíso das grávidas de risco volta e meia temos despedidas. É
normal. Já nos habituamos a ver uma após outra a partir. Fazem-se as malas,
tira-se a primeira roupa do bebé, lançam-se os votos de uma hora pequena e lá
vai mais uma colega.
Até ao momento só tinha feito despedidas de colegas que foram fazer
cesarianas e apesar dos nervos se sentirem no ar, não há muito a dizer do
procedimento, que é o mais controlado possível e as mães descem ao Núcleo de
Partos a contar com o que lhes vai acontecer.
Mas esta semana, a nossa perceção do que é um nascimento mudou. E falo
no plural, porque penso que as minhas colegas partilham do mesmo sentimento e
aversão.
No nosso quarto havia uma grávida com diabetes gestacional, cujo bebé
não estava a ganhar o peso necessário. Os médicos decidiram então, aquando do
seu internamento, que o bebé iria nascer no dia 12, tendo em conta que ela já
tinha 30 e tal semanas e seria mais benéfico para o bebé ganhar o resto do peso
já cá fora.
Todos os dias falávamos do dia 12, como se fosse o dia de libertação
dessa nossa colega. Mas para nossa surpresa, e dela, na terça-feira vieram
informá-la que iria descer ao Núcleo nesse mesmo dia para começar a indução do
parto. Foi o pânico. Primeiro, porque ela não estava a contar com nada antes do
dia 12 e depois porque, não morando perto do Hospital, isso a obrigava a
informar com urgência o marido que àquela hora já estava a trabalhar (é que
ninguém quer ir sozinha para o Núcleo, acreditem!). Cabisbaixa e super nervosa
lá nos abandonou já de bata azul.
Ao longo do dia lá íamos perguntando às enfermeiras e auxiliares se
ela já tinha tido bebé e nada. Absolutamente nada.
Quando ela nos aparece aqui no quarto, depois do jantar, vinha com o
pior aspeto possível. Cheia de dores, contorcia-se, transpirava, não tinha
fome, não tinha posição na cama, já tinha vomitado. Não sabia que fazer à vida dela. Contou-nos
que depois de administradas as primeiras injeções para induzir o parto que
tinha passado o dia todo naquele suplício. E o rapaz nada de nascer. Nem
dilatação.
Ainda dormiu no nosso quarto, mas vê-la hoje ir novamente para o Núcleo
para nova sessão de indução, como quem desfila para algo muito mau foi uma
visão horrível. Não devia ser assim. Depois de uma gravidez de risco ainda ter
de penar desta forma é terrível.
Entretanto, já temos nova colega de quarto, na cama que era dela.
Perguntei a uma médica se já tinha tido bebé, mas não, não teve e
agora está num quarto sozinha. Imagino em que nível deve estar a moral dela, lá
sozinha. Ao menos deixavam-na aqui connosco mais uma noite. Sempre já a
conhecemos e íamos dando uma força.
Explicou a médica que amanhã vai voltar a descer ao Núcleo (terceiro
round!) e se o rapaz não se decidir a nascer, só aí passam para a opção da
cesariana.
Eu nem sou grande defensora de se usar as cesarianas para tudo e mais
alguma coisa, mas ver o sofrimento nos olhos e no corpo daquela mãe incomodou-me
muito. São três dias em dor. Três!
Depois disto acho que ninguém neste quarto quer passar pela
experiência de ter um parto induzido. Só peço à minha Luísa apressada que se
aguente pelo menos até às 37/38 semanas e que depois dê um pontapé forte e me
rebente as águas e lá vamos nós para o Hospital (estou com esperanças de ter
alta antes da cachopa nascer). Porque se me dizem que o parto vai ser induzido
vou ficar preocupada, muito preocupada. Talvez fuja!
Já sei que todas somos diferentes e cada uma aguenta a dor à sua
maneira, mas o sofrimento da nossa colega era notório. Não era de grávida
piegas. Mas também este é o único exemplo que conheço. Alguém por aí com uma
boa história de parto induzido?
Prima, num parto normal podes passar por isso também! A dilatação é que a manda! Eu às 5h da manhã do dia 30/11 já estava a ligar para o médico as contrações ficaram fortes as 15h às 17h já na clínica o médico avaliou- me e mandou-me para casa pois dilatação nada ainda me diz que podia demorar dias! Venho embora em pânico cheia de dores sem poder tomar nada pois pode atrasar ainda mais a dilatação! Às 20h volto a ligar para o médico já não aguentava e ele manda-me regressar à clínica mas dilatação nada apenas 2 dedos! Ainda não podia tomar epidural! Entretanto perto das onze horas já estava com 7 de dilatação bora para o bloco bora tomar epidural ( bendita seja) e cachopa nasceu às 00h16! Força aí e nada de entrar em pânico pois quando tiveres a Luísa nos braços já nem te lembras! Bjos
ResponderEliminarObrigada pelo testemunho prima! :) Bjs
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