29 de Outubro
O tempo é dos bens mais preciosos que temos. Passamos a vida a correr
e em troca ele também passa a correr. Na semana passada a minha Apressada fez
seis meses e a mim ainda me parece que foi ontem que ela nasceu.
Estas últimas semanas cá em casa têm sido de adaptação devido ao meu
regresso ao trabalho. Na primeira semana confesso que não me custou muito, como
a Luísa fica uns dias na avó e outros na tia G. não senti aquela ansiedade de a
ter de deixar numa creche. Por outro lado, depois de tantos meses centrada
nela, eu queria voltar à minha rotina de antigamente e recuperar uma bocado a
minha vida.
Só que os dias foram passando e mesmo com redução de horário de
trabalho sabe-me a pouco as horas que passamos juntas. Tenho saudades dos
nossos dias juntinhas. Ao longo do dia penso nela muitas vezes e no que estará
a fazer. A vida de um bebé é uma vida de rotinas e depois de chegarmos a casa o
sistema é sempre o mesmo: dar de mamar, brincar um bocadinho, dar banho, fazer
o jantar, voltar a dar de mamar e hora da caminha.
Como a Luísa pelas 21h já está a cair de sono, entre a chegada a casa
e a hora de dormir pouco mais de três horas temos para estarmos juntas. Lá está
o tempo, esse tramado, que passa sempre a correr. É por isso que estou sempre
mortinha que chegue o fim de semana, porque no fim de semana há tempo para a
Luísa vir um bocadinho para a nossa cama e brincar e não há a pressa para ir
para o trabalho. Ao fim de semana posso dar-lhe a sopa e a papa e brincar com
ela o tempo que me apetecer. No fim de semana há sempre tempo para lanchinhos
com as tias ou visitas aos bisavós.
O fim de semana tornou-se o nosso tempo e é já depois de amanhã. A mãe
mal pode esperar, minha Apressada.
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