13 de Outubro
Ser mãe de primeira viagem é ser um pouco (ou muito!) ansiosa. No
mundo em que passamos a viver tudo é novidade e às vezes queremos forçar a
chegada de novas etapas. Foi assim com a chegada da sopa cá em casa.
Esperar. Eu devia ter esperado a consulta com a Pediatra para iniciar
a sopa com a Luísa. Mas não, quis vê-la a comer a primeira sopa, quis ser eu a
dar-lhe a primeira sopa e decidi seguir a receita da nossa enfermeira do Centro
de Saúde e começar a dar sopa à minha Apressada.
As coisas até podiam ter corrido bem, que isto com bebés uma pessoa
nunca sabe, mas não correram. Depois da sopa de batata e abóbora, seguiu-se a
de batata e cenoura. Olha eu que adoro cenoura de todas as formas e feitios ia
lá imaginar que a minha rapariga ia reagir tão mal à cenoura…
Primeiro começou a fazer cocó imensas vezes por dia, quase não havia
uma fralda que eu tirasse que não tivesse uma descarga de cocó. Mas o pior para
mim foi vê-la ficar com o rabinho horrivelmente vermelho. Nunca ela tinha
ficado com o rabinho assim tão assado, quase carne viva. Coitadinha da minha
Apressada que não tinha culpa nenhuma e estava ali a sofrer por causa das
pressas da mãe.
Na consulta com a Pediatra contei-lhe a minha antecipação e ela torceu
o nariz como quem diz “devias ter esperado”. Explicou-me que começa logo por
uma sopa muito mais completa do que a aconselham no Centro de Saúde e que
raramente os seus pequenos pacientes fazem reacção à sopa. Arroz, abóbora,
cenoura, cebola, meio alho, couve branca, salsa, peito de frango e um fio de
azeite em cru passou ser a receita cá em casa, com novas introduções a cada
quatro dias.
A minha Apressada ainda demorou dois dias a estabilizar as imensas
fraldas de cocó após esta nova sopa. O rabinho começou a melhorar devagarinho e
na segunda vez que fiz a sopa retirei por completo a cenoura e parece-me que a
assadura começou mesmo a desaparecer à velocidade da luz.
Durante estes dias em que a Luísa andou vermelhinha deixamos as
toalhitas de lado e a nossa salvação foram umas compressas não tecido embebidas
em água da Uriage, por sugestão da minha amiga J. Valeu-nos também muito
Halibut e creme da Lutsine. Um autêntico milagre e o rabinho está agora quase
bom.
Esta iniciação à sopa não foi pacífica e durante alguns dias lá se foi
o encanto da chegada de mais esta etapa na vida da Luísa, mas agora está tudo a
entrar na linha e espero estar a criar uma criança que adore sopa.
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