12 de Setembro
Ainda ontem chegamos e eu já sinto saudades das férias. Primeiro
porque o tempo aqui no Norte não se recomenda e depois porque regressar
significa voltar às rotinas e, sobretudo, saber que já não falta muito para
voltar ao trabalho e deixar de ter a minha Luísa comigo o dia todo. (Bahhhh!
Vou chorar baba e ranho…)
Mas na verdade férias tive poucas. Há uns tempos li no mural de alguém
no Facebook que mãe é aquela pessoa que nunca mais tem férias e começo a achar
que quem escreveu isso tem toda a razão. Apesar de uns dias fora saberem sempre
bem, cheguei mais cansada do que o que fui...e branca, já que estive
praticamente sempre de guarda debaixo da tenda à minha Apressada, na praia.
Primeiro foi fazer as malas. Meu Deus, só a Luísa foi responsável por
ocupar mais de metade do espaço da mala. Eu posso mesmo dizer que dos três cá
de casa fui a pessoa que menos espaço ocupou na mala. Em contrapartida, para a
Apressada tive de recorrer às minhas queridas listas de itens e pensar em tudo
o que iria precisar para que nada ficasse em casa.
Como a Luísa já come papa com fruta (e adora! É a verdadeira rapa
prato) lá tivemos de levar atrás a varinha mágica para triturar a fruta, mais o
jarro elétrico. Acrescente-se uns quatro biberões, a lata do leite, a caixa da
papa da Nutribén, duas termos, o prato e a colher. Ah, e ainda uma Cerelac para
o J. que desde que a filha começou nas papas sentiu saudades dos tempos de
criança e anda a comer também papinhas. Tenho duas crianças em casa…
Sabíamos que a casa tinha um quarto com beliche, mas não sabíamos se a
Luísa iria conseguir dormir lá, por isso levamos uma cama de viagem – comprada de
propósito para o efeito – para ela. Por acaso o beliche rodeado de almofadas,
qual forte, serviu perfeitamente e a cama de viagem ficou pela sala, servindo
de parque. Mas, e primeiro que se montasse a cama de viagem? Só vos digo isto:
dois homens – o J. e o tio C. - não foram capazes de montar a cama de viagem da
Luísa. Era vê-los a olhar para a estrutura sem perceberem o que estava errado e
acho que começaram a achar que a cama estaria estragada.
Depois de olharem a cama de vários ângulos lá decidiram pedir ajuda a “São
YouTube e os seus tutoriais” e foi um brasileiro com pronúncia sertaneja que os
ensinou como se montava a cama. Já devem imaginar que foi risota geral. Mas em
abono da verdade as instruções que vinham com a cama de viagem estavam
incompletas…só faltava o passo mais importante. Se alguém da Zippy ler isto,
vão lá corrigir o papelinho, sim? Poupam assim muito tempo e asneiras ditas a
papás, mamãs e familiares.
Na hora do banho houve que improvisar. Como a Luísa não é muito grande
decidimos que lhe íamos dar banho no bidé e ela não desgostou. Aliás, hoje
quando a enfiei na banheira dela acho que ela até estranhou tanto espaço.
Para a praia lá fomos munidos de para-vento, guarda-sol e uma tendinha
que tínhamos comprado no Continente. Chegar à praia com estas tralhas, mais o
saco da Luísa, o nosso saco e a Apressada enfiada no marsúpio foi dose. Felizmente,
tivemos a sorte de um casal com filhos “aterrar” à nossa frente logo no
primeiro dia de praia com uma tenda que servia de para-vento, guarda-sol e
protecção UV. Escusado será dizer que fomos logo à Decathlon em busca de um
exemplar – que é super leve, apesar do tamanho – e assim passar a deixar estes
três utensílios na mala do carro. Foi das melhores compras do Verão, posso
dizer.
Praia sim, mas molhar os pés não! |
Já a Luísa portou-se lindamente nas férias. Nos primeiros dias não
conseguia dormir na praia, o calor, o barulho, a “cama” eram muito diferentes
do que ela estava habituada, mas com o passar dos dias passou a conseguir tirar
umas sonecas na areia. Nunca foram sonecas longas, mas 20 minutos de sossego ao
sol sabem sempre bem. Já de noite a praia fez muito bem à Apressada, porque
umas três noites dormiu quase 12 horas seguidas…12 horas. Na primeira vez que
fez isto eu até me levantava para ver se ela estava bem, porque as horas
passavam e ela não acordava para mamar e eu já achava estranho. Agora em casa
já voltou ao normal e já acorda para o seu “snack” a meio da noite.
Coisa que a Apressada não gostou foi de molhar os pés. Por duas vezes
pusemos-lhe os pezinhos na areia molhada e esperamos por uma onda. Resultado:
fez biquinho e começou a chorar. Talvez para o ano já ache mais piada.
Mas estas férias também foram de pequenas conquistas. Primeiro foi
vê-la conseguir tirar a chupeta da boca para logo de seguida a enfiar
novamente. Até aqui só a conseguia tirar e não fazia o movimento inverso.
Depois também começamos a notar que ela já começava a ensaiar
virar-se. Nos últimos dias, com um empurrãozinho nosso lá se conseguiu virar e
ficar de barriguita para baixo. Já hoje de manhã conseguiu fazer a proeza
sozinha. Rebolou duas vezes na nossa cama e só não fez mais, porque pusemos uma
almofada. Mas a partir de agora já não pode ficar sozinha na cama e o ginásio
que temos em cima do sofá terá de vir para o chão. Vão começar as preocupações.
Agora férias só para o ano que vem e já me estou a imaginar a levar os
baldes e as pás para a praia e a chegar novamente mais cansada do que o que
fui. Resta-me o consolo de saber que lá para os teus 12 anos vou puder
finalmente levar um livro para a praia e lê-lo no sossego. Até lá, adeus
férias, olá Apressada de férias.
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