21 de Setembro
Hoje a Luísa faz cinco meses. Cinco meses que a minha Apressada já
tem! O tempo passa mesmo muito rápido e têm sido tão bons estes meses de mimo
com a minha bebé. No começo nem tudo foram rosas, mas o que lá vai, lá vai.
Mas para começarmos bem o dia para hoje tínhamos marcado um exame no
Hospital. Como a Luísa esteve internada na Neo e Pediatria 22 dias e devido
também à infeção que teve, para além do habitual rastreio auditivo que se faz a
todos os bebés poucos dias depois de nascerem, já sabíamos que teríamos de
voltar ao Hospital para um exame chamado potencial evocados auditivos.
Não vou negar que ia nervosa. Primeiro porque ainda que esperando o
melhor, uma mãe vai para estes exames sempre a temer o pior. Depois porque o
exame exigia uma série de requisitos para puder ser realizado e eu estava com
medo que não conseguíssemos, nomeadamente adormecer a Luísa. Claro que também a
isto não ajudou nada encontrar uma senhora na sala de espera – daquelas que
mete conversa com toda a gente e em cinco minutos é capaz de contar a vida toda
– que disse que a filha dela também teve de fazer este exame e que teve de ir
ao Porto fazê-lo com anestesia, porque nunca a conseguia adormecer e ela
começava a arrancar os elétrodos. Obrigadinha, minha senhora! Não basta uma
pessoa não saber bem para o que vai e ainda tem de levar com as más
experiências dos outros.
Sim, porque isto de chamarem a um exame potencial evocados auditivos é
muito bonito, mas para quem não percebe nada de otorrinolaringologia é a mesma
coisa que não nos dizerem nada.
Quando entramos no gabinete, a médica explicou que este era mais um
exame auditivo e começou a colar os elétrodos na testa, bochechas e atrás das
orelhas da minha Apressada, que estava a achar estranhos aqueles acessórios,
mas a portar-se lindamente.
O bonito foi conseguir adormece-la. É certo que a levantamos antes da
hora habitual – o exame era às 08h30 – já para potenciar mais soninho, mas a
minha Apressada que anda sempre de antenas no ar a observar tudo não queria
dormir. Queria era olhar para a luz do computador, para as médicas, observar o
consultório.
Dei-lhe o peito e ainda um bocado de biberão e ela foi ficando mais
relaxada. Teve então de entrar o pai em ação para a adormecer. Primeiro
sentada, depois de pé e no final enfiamo-la no ovo. Não sei precisar, mas diria
que estivemos uns 20 ou 30 minutos para a adormecer. Enquanto isso ouvíamos um
bebé a chorar no corredor que não estava a ajudar em nada à nossa causa.
Com a Luísa a dormir lá conseguimos iniciar o exame (ufa! Afastei de
vez a história da senhora da sala de espera), que ainda demora uns belos
minutos e além dos elétrodos ainda lhe foram colocados uns mini auscultadores
nos ouvidos.
Resultado: tudo bem com a nossa Apressada. Os ouvidinhos funcionam bem
e já podemos riscar isto da nossa lista de preocupações.
O pior foi tirar toda aquela parafernália de fios… Os elétrodos são “colados”
à pele e para os tirar foi um custo. Nunca tínhamos visto a nossa Luísa chorar
assim, a não ser quando tinham de lhe mudar o cateter quando esteve internada
(e eu nem quero lembrar-me desses choros).
Chorou tanto, mas tanto, com lágrimas gordas a caírem em cascata e nós
a sofrer por ela. Teve logo direito a muito mimo e quando vinha a sair do
consultório já se vinha a rir. Mesmo assim, hoje vai ser dia de mimo para a
minha menina esquecer os chatos dos elétrodos, até porque hoje é o dia dela e
merece toda a atenção.
Cinco mesinhos and counting.
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