18 de Junho
A minha nova pele de mãe tem-me
aberto todo um mundo novo. Com estes comentários, pensamentos, constatações,
piadolas sob o título «É a vida, Ana!» deixo-vos coisas do meu dia a dia,
coisas da minha cabeça, coisas de outras pessoas. Enfim, coisas. Umas vezes vão
ser parvas, outras sérias. Coisas.
#A gravidez deixa-nos marcas físicas. Só as modelos da Victoria
Secrets é que conseguem ter filhos e passados dois dias desfilarem de bikini
sem ponta de gordura. (Tenho para mim que todas elas usam barrigas de aluguer e
andam os nove meses com aquelas almofadas que se usam nos filmes para as atrizes
parecerem grávidas.)
Para as restantes mortais restam-nos semanas a usar cintas, como as
que as nossas avós usam, soutiens de amamentação que por vezes são um medo, uma
barriga flácida e quando nos olhamos ao espelho sabemos que vamos ter muitos
meses pela frente para conseguir recuperar minimamente a antiga forma física
(se é que algum dia a vamos recuperar). E se forem preguiçosas como eu sou para
fazer exercício, esses meses talvez se transformem num ano.
Isto tudo para mostrar a minha revolta contra a moda. A moda não pensa
nas novas-mães. Hoje fui ao shopping tentar encontrar partes de cima que me
sirvam e foi um autêntico desafio porque:
1.
É verão, quero usar tops (entendam-se tipo
túnicas sem mangas), mas este ano as marcas lembraram-se que os caicais, as
alças abaixo dos ombros tipo vestido de sevilhana e as alças fininas é que eram
giras. Não há a porra de um top decente de alças largas que tape o meu
maravilhoso soutien de amamentação.
2. Mas
agora ninguém tem barriga, é?!! Só eu?? Porque é que nas lojas 90% das partes
de cima são acima do umbigo? Deus escreveu algum memorando dizendo que era
proibida a gordura abdominal, que eu não tenha lido? Ou então, impingem-nos
camisas ou t-shirts XXL onde parecemos sacos de batatas.
3. E
porque raio os vestidos agora têm de ter cortes na zona da barriga? O tecido
está assim tão caro que não dê para fazer um vestido tapadinho dos lados ou sem
um buraco nas costas?
4. E
as calças, senhoras, e as calças? Apesar de as minhas calças já me servirem às
custas de pôr a barriga para dentro ou deixar pousar o pneu pós-gravidez em
cima do botão vi-me forçada a comprar uma daquelas calças de tecido fluido e
largas no caso dos botões das calças que tenho em casa começarem a sair
disparados sempre que as tentar vestir. Assim sempre tenho uma opção segura…essas
calças são de elástico na cinta… Havia de haver uma numeração para pós-grávidas
em calças, mas não me perguntem como é que seria…são só coisas que me ocorrem.
5. Já
percebi que nem vale a pena comprar casacos. Dado o novo tamanho do meu soutien
e usarem-se blazers cintados a única solução é comprar um casaco que me sirva
nos ombros, mas nem pensar em apertar o botão à frente. Pode ser tarefa
impossível.
Pronto, isto tudo para dizer que depois
de se ser mãe é difícil ir às compras. Assim como há roupa pré-mamã, também
deveria haver roupa pós-mamã.
É a vida, Ana!
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